O FUTSAL

FUTSAL – história

A versão mais aceita para o surgimento do Futebol de Salão é a de que ele começou a ser praticado por volta de 1940, por jovens frequentadores da Associação Cristã de Moços, em São Paulo. Enfrentando dificuldades para encontrar campos de futebol para divertimento em suas horas de lazer, estes improvisaram “peladas” nas quadras de basquete e hóquei, aproveitando as traves usadas na prática desse último esporte.
No início as “equipes” variavam em número, tendo cinco, seis e até sete jogadores, sendo pouco a pouco fixado o limite de cinco. As bolas eram de crina vegetal ou serragem, sofrendo sucessivas modificações, inclusive com o uso de cortiça granulada. Como as bolas de ar utilizadas depois, saltavam muito e saiam frequentemente das quadras, posteriormente tiveram seu tamanho diminuído e o peso aumentado. Daí o fato de o Futebol de Salão ser chamado de “esporte da bola pesada”.

De repente o novo esporte começou a ganhar corpo, estendendo-se a outros Estados, estabelecendo-se regras elementares procurando disciplinar sua prática. Dentro de pouco tempo organizavam-se times, disputando torneios abertos. Dada a facilidade para a formação de equipes rapidamente ganhava adeptos sendo introduzido em quase todas as Capitais, que já o praticavam copiando regras uns dos outros.

Na década de 50 surgiam várias Federações Estaduais, sendo a pioneira a Federação Metropolitana de Futebol de Salão (atual Federação de Futebol de Salão do Estado do Rio de Janeiro), fundada a 28 de Julho de 1954, na sede do América Futebol Clube.

Em 1955 a Entidade carioca organizou a primeira competição oficial, denominando-a “Torneio de Apresentação”, vencido pelo Braz de Pina. Em 1955 foi realizado o primeiro campeonato na cidade do Rio de
Janeiro, com 42 disputantes. Em 1956, no Estado do Ceará, que mais tarde viria a ser a sede da Confederação Brasileira de Futebol de Salão, foi o primeiro campeonato dirigido pela recém fundada Federação Cearense de Futebol de Salão.

Até 1959 havia divergência de regras, com Rio de Janeiro e São Paulo disputando a primazia do novo esporte, procurando impor seus pontos de vista. O Futebol de Salão ganhara, já, tal amplitude que a então Confederação Brasileira de Desportos resolveu oficializar a sua prática, uniformizando suas regras, aceitando
como filiadas as Federações Estaduais e promovendo certames de âmbito nacionais, de clubes e seleções.

Convém destacar que o amor e a tendência natural do brasileiro pelo futebol transfundiram-se para o Futsal, em razão da valorização imobiliária e de outros fatores sócio-econômicos que implicaram na quase extinção dos antigos campos de várzea. E o futebol passou, à falta de espaços principalmente nas áreas urbanas, a ser praticado em quadras originalmente destinadas a jogos de basquete e vôlei, daí explicar-se a “febre” do Futebol de Salão.

Hoje, seguramente o Futsal é a recreação e lazer desportivo da preferência de mais de 12 (doze) milhões de brasileiros, tendo assim, grande relevância não só na manifestação esporte-performance, como também nas outras manifestações (esporte-educação e esporte-participação) definidas na recomendação nº 01/86 do CND.

Em pesquisa realizada pela revista “Placar” de 01/06/84, corroborada em 1985 pelo IBGE, em seu anuário Estatístico, quanto aos esportes mais praticados no Brasil, especialmente nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, nas classes A, B e C e nas faixas de idade de 15/19 e de 20/24, evidenciou-se que o Futsal está em primeiro lugar na preferência nacional. E tudo isto decorre de ser o Futsal, sem dúvida, o único esporte genuinamente brasileiro e que não impõe o biótipo geralmente requerido para certas modalidades “importadas”, podendo praticá-lo o alto, o baixo, o gordo, o magro, o jovem ou o mais idoso, daí ter tomado de
roldão as quadras e espaços de recreação dos colégios, edifícios, empresas, pólos de lazer, clubes sociais e
esportivos, quartéis, praças, conjuntos habitacionais, etc.
Além deste aspecto democrático e participativo, convém assinalar que Pelé, Zico, Sócrates, Casagrande, Edinho, Rivelino, Paulo César, Reinaldo, Robertinho, Arturzinho, Juninho, Caio, Denilson, Leonardo, Ronaldinho dentre outros consagrados “astros” do futebol creditam grande parte de seu sucesso ao aprendizado obtido no Futsal, onde iniciaram a vida desportiva. O jogador que vem do Futsal tem um drible fácil e curto, aperfeiçoado pelo pequeno espaço em quadra. Aprende-se a conduzir a bola perto do corpo, aprimora o domínio raramente errando um passe, além de ter um sentido de marcação muito desenvolvido.

Vale salientar que hoje o futsal não é apenas praticado e assistido nos ginásios convencionais. O nosso esporte conta com três Mundialitos disputados em arena especialmente construída, a céu aberto, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, por ocasião dos Festivais de Verão promovidos pelo Comitê Olímpico Brasileiro nos anos de 1995, 1996 e 1998, sagrando-se campeão em todos, além de ser amplamente divulgado nos meios de comunicação, inclusive com cobertura televisiva sistemática.

O surgimento da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) deu-se em 1979 quando os esportes brasileiros sofreram transformações radicais já reclamadas há algum tempo. A mais importante foi o desaparecimento da Confederação Brasileira de Desportos, responsável pelo futebol e várias outras modalidades que não tinham Entidades Nacionais organizadas e dependiam das “migalhas” da CBD.

Assim, no dia 15 de Junho de 1979, no Rio de Janeiro, foi oficialmente fundada a Confederação Brasileira de Futebol de Salão, sendo os seguintes os estados fundadores: Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Sergipe, Amazonas, Pernambuco, Maranhão, Bahia, Paraíba, Mato Grosso, Brasília, Acre, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Amapá, Alagoas e Goiás.

No dia 27 de agosto do mesmo ano foi eleita e empossada a primeira Diretoria da CBFS, tendo como presidente o Dr. Aécio de Borba Vasconcelos. Na ocasião, Fortaleza, capital do Estado do Ceará, foi escolhida oficialmente como sede da nova Entidade.

Atualmente a entidade nacional dirigente do Futsal, conta com vinte e sete (27) Federações Estaduais filiadas, congrega cerca de 2.500 clubes e associações, o que perfaz um total de aproximadamente 250.000 atletas inscritos e registrados na CBFS até janeiro de 2001. A entidade promove anualmente competições nacionais e internacionais de clubes e seleções, nas categorias infantil, juvenil, adulto e feminino.

O Brasil – CBFS – venceu quase todas as competições internacionais de seleções as quais esteve presente, ostentando no presente os títulos: Heptacampeão Mundial, Doze vezes Campeão Sul-Americano, Tri- Campeão Pan-Americano e Pentacampeão da Taça América, Tri Campeão do Mundialito não podendo ser esquecidos, os Bi-Campeonato Sul-Americano Juvenil e Tri-Campeonato Mundial de Clubes Adulto conquistados.

A dimensão internacional do futsal iniciou-se desde a criação, no Brasil, da Federação Internacional de Futebol de Salão – FIFUSA – em 1971, com sede em São Paulo. Seu objetivo era desenvolver e dirigir, com exclusividade, o Futebol de Salão Mundial.

Hoje o futsal brasileiro já está disseminado e espalhado pelos 5 (cinco) continentes. Ademais, a humanização e agilização das regras do futsal, hoje adotadas, propiciaram sua consolidação, com milhares de adeptos em todos os recantos do mundo. Saliente-se, por oportuno, que os rigores e a extensão das temporadas invernosas nos continentes europeu, asiático e oceânico contribuem, grandemente para que o futsal   constitua-se na grande opção desportiva dos ginásios e quadras cobertas.

Em 1989 a FIFA homologou a supervisão do futsal mediante extinção da FIFUSA e a criação de sua Comissão de Futsal.

A FIFA já organizou seis Campeonatos Mundiais. Por ser o futsal largamente praticado em mais de cem países, nos cinco (5) continentes, já satisfaz as exigências do Comitê internacional para ser reconhecido como esporte olímpico. Acredita-se que falta muito pouco para que o Futsal, nascido e desenvolvido no Brasil, seja admitido nas Olimpíadas.

As potencialidades – como lazer e como desporto de rendimento – aliados ao seu nível técnico de representatividade, sua importância sócio-cultural, sua difusão interna e externa e aos inúmeros títulos já conquistados pelo Brasil em competições internacionais, impõem um apoio incondicional e prioritário ao futsal,

por ser uma modalidade desportiva de raízes essencialmente brasileiras, que atende às preferências individuais e sociais da população brasileira, e, se espraia, indomada e irreversivelmente, por todos os recantos do mundo.